MANIFESTAÇÕES POPULARES

Blogue destinado à divulgar atividades culturais locais popularescas, como grupos de bairros, ou arte produzida pelo povo.

sábado, 11 de abril de 2009

Cultura de Rua



Na maioria dos bairros pobres de Salvador e Região Metropolitana há uma carência de programações de lazer para a população local. As autoridades estão mais preocupadas com o controle da violência, entre outros problemas, do que proporcionar atividades esportivas e culturais. O que publicamos nesse espaço são demonstrações de atividades culturais desenvolvidas por comunidades: repente e cultura popular na Feira de São Joaquim, percussão, maculelê, desfile afro, e capoeira. Também mostramos o trabalho do Balé Folclórico da Bahia que bebe na fonte da cultura popular da Bahia e do Brasil para buscar inspiração para suas premiadas apresentações no mundo inteiro. Podemos afirmar que a Cultura Popular Brasileira é Múltipla e Diversa.




Cultura Popular Brasileira é Múltipla e Diversa

“Descendo a ladeira, virando à direita, no centro da praça, no final do beco, depois do sinal, seguindo em frente... em Salvador em todo canto tem cultura”. Salvador Cultura Todo Dia.

Cultura popular é a cultura do povo. É o resultado de uma interação contínua entre pessoas de determinadas regiões. Nasceu da adaptação do homem ao ambiente onde vive e abrange inúmeras áreas do conhecimento: crenças, artes, moral linguagem, costumes, idéias, tradições, hábitos, artesanato, folclore, etc. Quais os projetos culturais de relevância nos bairros periféricos? Um exemplo disso é a reunião de repentistas na Praça Cairu, no Comércio.

Outra expressão cultural que diz muito sobre a cultura popular da Bahia é o Balé Folclórico da Bahia. Fundado pelo bailarino, coreógrafo e antropólogo Walson Botelho, é a única companhia de dança folclórica profissional do país. Há 20 anos, o Balé Folclórico da Bahia apresenta um significativo currículo de atividades que inclui prêmios e turnês nacionais e internacionais.

A Fundação Gregório de Matos fez um mapeamento e identificou algumas áreas culturais de Salvador. São elas: Brotas, Centro, Federação, Liberdade, Miolo Central, Orla Atlântica, Península e Comércio, Subúrbio. Nesses locais existem inúmeras manifestações culturais populares. Uma das mais interessantes se encontra no bairro da Liberdade: o Ilê Aiyê. Fundado em 1° de Novembro de 1974, no Curuzu, na Liberdade, o Ilê Aiyê, com 3 mil associados é hoje um patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do carnaval da Bahia.
(por Suely Temporal)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Balé Folclórico da Bahia representa a arte popular


Ao completar 20 anos de existência, o Balé Folclórico da Bahia busca nas pessoas comuns do dia a dia a inspiração para suas coreografias. Segundo o Walson Botelho, diretor e fundador do grupo, a cultura de rua, a cultura popular, a cultura do povão é a fonte na qual eles bebem. "As manifestações populares são a nossa maior inspiração". Em entrevista à jornalista Suely Temporal, Vavá, como é mais conhecido, falou também da dificuldade que é manter uma compahia de dança. Para ele, a dança, não só na Bahia como no Brasil e no mundo, é a área da arte mais ingrata porque é a que recebe menos investimento. Vavá também falou sobre o trabalho de pesquisa feito pelo Balé Folclórico da Bahia, com grupos de cultura popular, no sentido de resgatar e preservar suas tradições e manifestações através da transposição para o palco.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Bem-vindo à Feira de São Joaquim, reduto da cultura popular de Salvador

A Feira de São Joaquim, maior feira livre da Bahia, se estende por dez quadras, em 22 ruas, em um espaço de mais de 60 mil metros quadrados. São 7.500 feirantes em mais de quatro mil boxes. Os produtos oferecidos no intrincado emaranhado de ruas e vielas vão muito além das tradicionais frutas, verduras e legumes de uma feira tradicional.

Lá é possível encontrar plantas e ervas para chás e para banhos; imagens de santos e animais vivos para rituais de religiões africanas, como pombos, bodes e galinhas, além de especiarias e temperos da culinária baiana. Inusitados cortes de boi são expostos em barracas, como testículos e olhos, enquanto na área da enseada, porcos, cabras e bodes passeiam livremente e comem bagaço de cana de açúcar. Há ainda artesanato popular com barro, palha e madeira; um mercado do peixe, flores e plantas e até Pramil, o Viagra clandestino.

Este intrincado labirinto abriga uma das maiores concentrações de expressões culturais populares da cidade de Salvador e por isso já foi tema de filmes, documentários, exposições, teses e outras tantas manifestações artísticas, que buscam retratar a singularidade e riqueza desse micro-cosmo social.

Conheça "Seu" Alcides, um simpático vendedor de jaca que conquista os clientes oferecendo seu produto em forma de repente e acompanhe esse artista popular em um passeio pela Feira de São Joaquim.

(por Simone Cabral)




domingo, 5 de abril de 2009

Arte produzida por jovens de comunidade carente mostra cultura africana




O grupo de jovens da comunidade carente da Lagos dos Patos, em Lauro de Freitas, apesar das dificuldades existentes, não deixam morrer a cultura local, herdada pelos esravos negros africanos e pelo indíos brasileiros e permanecem atuantes para que ela permaneça viva na nossa história.




Os jovens criam e confeccionam roupas com material reciclado, com temáticas africanas. Os mesmos participam de desfiles, apresentações, e não medem esforços para isso. Procuram patrocínio, andam quilômetros para realizar as apresentações, tudo isso com muita felicidade expressa nas fisionomias.






Algumas peças fazem referência à divindades do Candomblé, com cores, modelos e acessórios. Outras remetem à cultura cristã, como anjos e noivas de branco, véu e grinalda. E ainda modelos da cultura indígena e africana. Todas artesanais e feitas com originalidade e criatividade.



Uma das apresentações foi realizada no condomínio Encontro das Águas, em Lauro de Freitas, no final do ano passado, em comemoração aos 10 anos de formação do Mestre de capoeira Washington Silva e ao batizado de capoeira dos alunos do local.




(Por Nayara Lobo)

Grupos de Percussão são atrativos em Lauro de Freitas

O bairro Lagoa dos Patos conta com a iniciativa de Washington Silva, que há 11 anos coordena trabalhos comunitários, formando grupos de capoeira, maculelê, dança e percussão. Ao todo, 143 pessoas participam do Grupo Brilha-aê.

Grupo de percussão da Lagoa dos Patos

Confira as fotos da apresentação


O grupo de percussão do Brilha-aê conta com 48 crianças, com idade a partir de três anos, todas moradoras do Bairro Lagoa dos Patos, em Lauro de Freitas. A comunidade aprova a iniciativa e colabora com o trabalho social. A verba para manter o projeto é arrecadada na localidade, entre os comerciantes e os moradores. As apresentações são feitas no próprio bairro e não visam dinheiro, mas lazer e cultura.

Para participar, os alunos precisam estar na escola. "se tiver algum que queira entrar e não estiver estudando, vou na casa dos pais para conversar com eles e primeiro matricular na escola para depois entrar no grupo", informa Washington. Ele acrescenta que existe um esquema de notas: "quem tiver as melhores notas na escola fica na fila da na frente da percussão. Os com piores notas, ao fundo."



" A deficiência de lazer aqui na comunidade me fez tomar a iniciativa. As pessoas pediram para eu dar aula de capoeira, e quando ví a empolgação da meninada, tive a idéia de montar os outros grupos."
Washington Silva, 40 anos




  • Instrumentos utilizados para aprender percussão

Marcação
Timbau
Latas
Caixas
Barril
Atabaque

As crianças iniciam com a lata, para aprender os toques. Depois de lapidadas, elas passam para os instrumentos para não danificá-los. Todos os comandos são realizados através de toques de apito, pelo próprio Washington.


Grupo comando negro
Além do grupo Brilha-aê, existe também o Comando Negro em Lauro de Freitas, liderado pelo professor conhecido como mestre Caveirinha. O Comando Negro é um grupo mais estruturado, voltado para a profissionalização. "Quando um aluno já está bom, eu mando ele pra lá, para ele crescer. Mando por ano de 4 a 5 pessoas. De lá eles fazem apresentações, seguem para outros grupos como a escolinha Olodum Mirim", explica Washington.

(Por Nayara Lobo)
Vídeo com apresentações dos grupos Brilha-aê e Comando Negro


História da percussão
Flávia Souza
Ao pensarmos em sons ou em percussão podemos perceber que a sua história vem desde os tempos da Idade da Pedra, onde os homens primitivos se comunicavam através de bater de palmas, gerando determinado ritmo. As pedras também eram usadas para emissão de sons. Essas pedras tinham um formato convexo que permitia uma melhor adaptação as mãos e imaginamos que elas eram usadas batendo umas nas outras, o que também gera som Essa análise também pode ser aplicada a pedaços de pau, bastões e ossos de animais.

Existem algumas provas de que naquele tempo já existia a percussão: as provas arqueológicas, que são os objetos petrificados achados por arqueólogos, os desenhos encontrados nas cavernas. Por isso nos é permitido dizer que a história dos instrumentos musicais e consequentemente da percussão data do período dos homens das cavernas.

Instrumentos de Percussão são instrumentos musicais cujo som é obtido por impacto, atrito ou agitação, pode ser utilizadas baquetas para a emissão do som. Embora haja uma variedade de instrumentos produzidos especificamente para esse fim, qualquer batuque feito com objetos comuns pode ser considerado percussão. Podemos fazer a percussão utilizando tampas de panela, potes de alimento, mesas, cadeiras, caixas, talheres, pratos, lata de tintas como é o caso dos meninos da Lagoa dos Patos, que começam ater aulas nas latas para poder treinarem a força no braço para depois passar para instrumentos.

Analisando os diversos tipos de sons identificamos os da percussão por emitir sinais de curta duração, explicando em linhas gerais podemos dizer que ele sai do silencio, atinge seu maior nível e torna a decair ate cessar, embora isso não se aplique a todos os instrumentos de percussão, já que os sinos continuam e emitir sinais algum tempo depois de tocado.

sábado, 4 de abril de 2009

Você conhece Maculelê?

"O Maculelê é dança de pau", sintetiza a música cantada nas rodas de capoeira.




Maculelê é um misto de dança e luta, de origem afro-indígena, na qual os particiantes utilizam bastões de madeira para lançar e se proteger de golpes. Acredita-se ter evoluído do cucumbi (antigo folguedo de negros), e é geralmente associada à capoeira. Pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Geralmente o Maculelê é exibido na festa de Nossa Senhora da Purificação, na cidade de Santo Amaro, Bahia.

Danilo Dias e Daniel Cerchiari dançando Maculelê

As apresentações são realizadas geralmente com as rodas de capoeira de Salvador e Região Metropolitana. As imagens exibidas na matéria são do grupo Brilha-aê, de Lauro de Freitas; um vídeo é a apresentação de uma turma de jovens e adulto da Estrada do Coco e do grupo mirim da Lagoa dos Patos. No Centro Cultural de Lauro de Freitas, em Portão, também se apresentam vários grupos encenando o Maculelê


Existem duas lendas mais disseminadas sobre a origem. Uma diz respeito a 22 homens, idosos e doentios que ficaram em uma aldeia enquanto os jovens foram caçar, quando aconteceu uma invasão e eles, desarmados, utilizaram paus para se defender e afugentaram os inimigos. A outra é de um negro fugido, de nome Maculelê, com doença de pele, acolhido por uma tribo indígena, que defendeu-a sozinho, apenas utilizando as madeiras e saiu vitorioso.


História do Maculelê


Instrumentos:

São 3 os atabaques usados no Maculêle, com as seguintes denominações e funções:
- o Rum: é o atabaque maior com som grave;
- o Rumpi: é o atabaque de tamanho médio com som "médio";
- o Lê: é o atabaque pequeno com sm mais agudo.


Entenda melhor o Maculelê


Músicas de Maculelê

CABANA DE GUERREIRO
Mestre Suassuna/Grupo Cordão de Ouro
Certo dia na cabana um guerreiro
Certo dia na cabana um guerreiro
Foi atacado por uma tribo pra valer
Pegou dois pau
Saiu de salto mortal
E gritou pula menino
Que eu sou Maculelê

Pula lá que eu pulo cá
Que eu sou Maculelê
Pula lá que eu quero ver
Que eu sou Maculelê
Pula eu pula você
Que eu sou Maculelê

Outras cantigas de Maculelê

(por Nayara Lobo)

Slide Show - Flávia Santos